Gosto
de livros desde que me entendo por gente. Lembro-me da minha mãe contando
algumas histórias do Sherlock Holmes e meu pai falando sobre as mitologias
gregas, romanas, nórdicas e egípcias. Também me lembro de subir na estante da
sala e pegar vários livros, abri-los e observar as letras e desenhos por horas.
Não sei dizer se conseguia, de fato, entender alguma coisa que estava escrito,
mas tinha um grande desejo de aprender tudo.
Um
dos dias mais felizes da minha infância foi o dia que minha professora anunciou
que no dia seguinte aprenderíamos a ler. Ler! Algo que eu já estava querendo há
tempos! Mas por uma consulta ao oftalmologista acabou que não pude ir à
esperada aula. Nunca havia ficado tão chateada por ter que faltar a escola.
Disse minha a minha mãe que nunca aprenderia a ler e seria ignorante para
sempre. Meus sonhos de fazer dos livros um refúgio haviam se acabado. Ou assim
a dramática eu, de seis anos de idade, pensava.
Claro
que não foi bem assim. Durante as semanas seguintes a professora treinou
conosco para que pudéssemos juntar consoantes e vogais, considerássemos os
acentos e as suas sílabas tônicas, mas a verdade é que aprendi a ler, ler de
verdade, em casa. Minha mãe me falava de todos os livros que havia lido em sua
vida e como eles tinham um estranho poder. Também ouvia ao meu pai e seus livros
de história e geografia. Ele fazia questão de contar sobre as batalhas e
guerras, e mostrar nos mapas onde ficava cada país e continente. E então, depois
de um tempo, comecei a escolher sobre o que queria ler. Primeiro foi mitologia,
depois os clássicos infantis e nem mesmo os livros sobre o corpo humano
escaparam.
Quanto
a escrever eu devo dizer que nunca consegui ficar sem um papel e caneta na mão.
Até mesmo quando eu ficava de castigo só ficava quieta depois que me dessem um
caderno. Depois de aprender a ler o processo de escrita se dá, em sua maior parte,
por cadernos de caligrafia e eu fiz um monte desses. E treinava em qualquer
lugar. Escrevia frases aleatórias, lê-se de: músicas da Sandy e Júnior ou
Rouge, até mesmo nos móveis, para o desespero de minha mãe.
O que
isso tudo quer dizer, para mim, é que apesar da escola ter sido sim uma porta
de entrada para ambos, eu já nasci querendo ler e escrever. E pela influência
dos meus pais eu desenvolvi os dois muito bem. Talvez se eu não tivesse visto o
empenho da minha mãe em procurar o pequeno príncipe no Rio de Janeiro todo
simplesmente para que eu pudesse lê-lo, eu jamais tivesse desenvolvido tanto a
leitura. Talvez se ela não tivesse tido paciência e me impedisse de escrever
nos armários eu não fosse boa em me expressar através da escrita. O meu
primeiro contato com a escrita e com a leitura foi bom, mas é melhor ainda
saber que ao invés de não aproveitar essa aprendizagem, eu usei e abusei dos
recursos que tinha.
OBS: Como muitos não sabem, esse foi o meu dever de leitura e produção de texto na faculdade e achei pertinente postá-lo aqui justamente por tratar do assunto chave do blog. Sintam-se a vontade para compartilhar a história de vocês também.
Realmente não entendo porque foi tão difícil encontrar o Pequeno Príncipe, só sei que foi muito difícil achá-lo. Fico feliz de ser parte da sua história. Te amo infinitamente.
ResponderExcluirEu que agradeço por sempre fazer o melhor que pode por mim e pra mim. Também te amo infinitamente. <3
ExcluirAdorei saber mais um pouquinho de você, Jess! Muito legal a sua história! <3
ResponderExcluirAawn, sua linda! Doida pra ver sua história também. <3
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